quinta-feira, 24 de abril de 2008

Porque escrevo?
Escrevo o que parece mal
escrevo o que me faz mal
escrevo o não devo
Porquê então eu escrevo?

Bem…
eu cá escrevo porque me atrevo

Porque escrevo?
Escrevo para viajar
mas não vou a nenhum lado
Escrevo para falar
mas acabo sempre calado
Porque então eu escrevo?

Bem…
Escrevo para entrar mudo
e sair mudado.

Escrevo porque sim
escrevo, porque não?
escrevo só para mim
e daí – talvez não


Bonito poema do Rui Zink

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Relíquias II

Em mais uma saga de mails antigos, cá vão alguns excertos do grupo vivido pla Selma em 2004 (tava eu na Polónia):

"Eu a mila ficamos alegres com licor beirão do p.antunes ele autorizou-nos pra irmos buscar a garrafeira.mas quem o foi buscar foi o Hélder. Claro que o pessoal só goza e ñ fala de outra coisa,ate mete nojo.depois toda a gente nos acusou de termos estragado o magusto e de termos criado a desunião.eu acho que ñ devia ter acontecido isso mas ninguém teve que tar a tomar conta de mim nem da mila e acho que ñ estragamos nada eles e que são uns cotas e uns santinhos."

"O edgar cada vez ta mais integrado no grupo e ate ja vai as reunioes sem o nelson.entrou uma sobrinha do p.antunes pro grupo este fim de semana e parece que uns 4 amigos dela tb tao interessados em entrar o que e mt bom.....eu ainda ñ a vi, pk ñ fui a reunião."

"vou-te contar umas novidades quentissimas... o placido vai ficar em leiria pk conseguiu anular a trabsferência,e parece k tá a amar aquilo tudo. ñ sei pk, mas ele disse pra tu ñ beberes mt cerveja...."

"A tua maninha tá aki ao meu lado, daqui a pouco vamos para a reunião da morte mas aproveitamos para dizer olá!!" Esta é da Dili, gostei da maneira como se referiu à actividade do grupo...

Relíquias I

Oh pá, ando a apagar mails antigos pra esvaziar a caixa e é com cada relíquia!
Inda se lembram do nosso Pedro "zombie", agora afilhado do Emanuel?
Agora vejam só esta, qualquer semelhança com a Inês é pura coincidência...

"Ola! Como estas dona Susana? Já há muito tempo que ñ falamos, como estas? Os teus pretendentes? Tem-los feito sofrer muito ou não? Tu já estas em idade de te casar não estas? E arranjar carro próprio e casa. Espero que me dês noticias. E quando quiseres comprar carro diz qualquer coisa, para eu te aconselhar, está? Eu ainda estou solteiro, e secalhar ainda vou permanecer assim muito tempo. É pena que eu até gostava de andar a passear uma rapariga, mas pronto não podemos ter tudo ñ é? beijos porta-te bem".

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dizem que sou louco

Esta música condiz muito connosco e com os nossos momentos de felicidade que muitos teimam em ver como loucura. Não será para menos, pois algumas coisas que vamos fazendo são mesmo uma loucura, mas é essa loucura que nos vai unindo e fazendo felizes, cada vez mais amigos também.
Aqui vai a música, do Ney Matogrosso, numa das melhores versões que já ouvi. Chama-se a "Balada do louco" e também é cantada pelos "Mutantes". Aliás, nem sei bem quem cantou primeiro esta música, mas a versão do Ney é bem mais gostosa. :)
Fiquem aí com a masterpiece...



Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

segunda-feira, 14 de abril de 2008

"Receio não ter amado ninguém.

Não com paixão. Não, talvez, como o exige a natureza.

A minha condição actual será um castigo irónico. Ou é isso, ou foi simples distracção."


José Eduardo Agualusa

Nuno, esta é a tua banda sonora!

Sempre que ouço esta música lembro-me do nosso Nuneco. Não resisti...

P.S. Lá tinha que me calhar a mim a 69ª mensagem.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Why


Este não é provavelmente o melhor sítio para o fazer, mas é o único a que tenho acesso.
Não posso deixar de fazer uma última homenagem ao Hugo, o que para tantos não fará sentido porque morreu de forma “indigna”. Indigna porque escolheu pôr fim à vida, e só por isso não terá um funeral digno de qualquer “bom cristão”.
Basta que a minha cabeça não esteja ocupada com qualquer outra coisa, para que este acontecimento me ocupe os pensamentos. Estou sempre a perguntar-me “porquê”? Acho que nunca terei a resposta, mas deixa-me a pensar o que teria levado um belo rapaz de 26 anos, com uma vida aparentemente estável, e uma maneira de estar cativante, a escolher acabar com a própria vida, por duas vezes. Conseguiu à segunda.
Dizem que foi porque a namorada “acabou” com ele, parece que neste caso no sentido literal da palavra. As pessoas perguntam “só por isto”? Talvez por isto e muito mais, porque se sentiu sozinho, porque quando estamos lá no fundo achamos sempre que nunca vamos voltar à superfície. Felizmente a vida vai-nos mostrando o contrário… Tenho pena que ele nunca chegue a descobrir isso.
Que tenha encontrado pelo menos agora a paz que tanto procurava…

terça-feira, 1 de abril de 2008

“Tu ressuscitaste? Eu sim”


Nunca pensei que pudesse ser tão fácil, e aparentemente rápido, chegar àquele sítio em mim, bem escondido, onde comecei a construir barreiras e a deixar que crescessem os meus embondeiros.
A verdade é que, desde que tive a coragem de enfrentar aquilo que durante tanto tempo preferi esconder, a minha atitude perante a vida mudou como que por magia. Esta foi a resposta ao apelo “não tenhas medo da tua verdade”. Pela primeira vez não tive, e foi libertador.
Pensar que uma marca deixada a ferro, lá no passado, pôde condicionar tanto a minha vida, a forma como me via a mim própria, e eu nunca tive a noção disso… Indo ainda mais atrás, talvez o primeiro erro tenha sido aceitar viver uma relação sem amor que, por ter durado tempo demais, conseguiu impedir que crescesse o que de melhor havia em mim. A Susana que eu deixei lá atrás voltou este fim-de-semana, e eu alegro-me pelo regresso do “filho pródigo”!
Os sinais, porque não há coincidências, fizeram todo o sentido, e o encontro tinha que ser em primeiro lugar comigo própria. Com isso veio a paz que procurava, aquela que vem de dentro, porque cá fora não se adivinham fáceis os tempos que se aproximam…

Tudo isto coincidiu com o regresso à Penha, um sítio cada vez mais especial para nós! Apesar do chuveiro único e das camas que mais parecem vindas do manicómio, aquela casa é especial: pelas recordações que traz, pelo sítio onde se encontra, e por todos os recantos que a envolvem.
Foram sem dúvida três dias felizes! Porque o retiro não serve apenas para reflectir, mas para gozarmos da companhia uns dos outros, para brincar, para rir, para dançar! Isso também liberta… trazemos de dentro o que há de mais puro.

Para recordar fica o evangelho de judas, o jantar dos rapazes, os gritinhos do Bonito na água fria, a boa e longa visita dos velhotes, o “bejecas”, as danças malucas antes das refeições, a janela a fazer de porta com a mulher aos berros, e tantas coisas mais que agora não me lembro… Foi tão bom!

E eu sei o que houve de especial ali: fomos nós!